Petrobrás anuncia que vai insistir em reajustes

Os reajustes da gasolina e do diesel autorizados pelo governo na semana passada são insuficientes para amenizar as perdas da Petrobrás e a estatal vai exigir novos aumentos. A posição da empresa foi reafirmada ontem pela diretoria durante a apresentação do plano de negócios para o período 2012-2016.

No evento, os diretores insistiram em demonstrar que os reajustes da gasolina (7,83%) e do diesel (3,94%), em vigor desde ontem, não compensaram integralmente a defasagem de preços.

A apresentação da diretoria mostrou que desde janeiro de 2011 a Petrobrás vem perdendo com o não repasse de preços. “Este é um fundamento do plano do qual não se abriu mão. O reajuste de agora nos colocou mais próximos do alvo, mas o alvo continua sendo a meta da empresa”, afirmou o diretor Financeiro, Almir Barbassa, dizendo que novos reajustes seriam esperados para o médio e longo prazos.

Os argumentos não conseguiram impedir o baque no desempenho das ações. O aumento para as refinarias foi considerado insuficiente e tardio pelos investidores. As ações ordinárias (ON) da companhia desabaram 8,33% e as preferenciais (PN), 8,95%, arrastando o Ibovespa para uma baixa de 2,95%.

Segundo especialistas ouvidos pelo JT, a companhia defendeu no plano de negócios um reajuste de 15% nos combustíveis para financiar um aumento de 5,2% em seus investimentos, previstos agora em US$ 236,5 bilhões até 2016. “O controlador aprovou o plano e o primeiro item é a paridade de preço”, afirmou a presidente da companhia, Graça Foster. “É fundamental que estejamos discutindo no conselho a nossa capacidade de investimento frente à pressão de caixa da companhia.”

O governo, que usa os investimentos crescentes da Petrobrás para estimular a economia, abriu mão da arrecadação de R$ 420 milhões mensais da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), zerando o tributo, de forma a conceder o maior reajuste possível sem repasse de preço ao consumidor.